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Noke Koî
Território Indígena oficialmente reconhecido
Guardiões da Floresta operando desde 2025
No coração da Amazônia, os Noke Koî - também conhecidos como o “povo verdadeiro”, falantes da língua Noke Vana e habitantes da Terra Indígena Campinas Katukina, no Acre, Brasil - criaram algo poderoso: o Atlas da Terra Indígena Campinas Katukina. Parece um livro de mapas, mas na verdade é muito mais do que isso. É uma voz, uma memória e uma ferramenta para proteger o que mais importa - seu lar, sua cultura e seu futuro.
O Atlas é um documento construído pela comunidade que reúne ciência, memória e conhecimento espacial indígenas. Ele identifica zonas ecológicas, locais sagrados, áreas de caça, territórios de plantas medicinais e cursos d'água em todo o território Noke Koî no estado do Acre. Por meio do mapeamento participativo e da narração de histórias, o Atlas une o conhecimento ancestral a ferramentas contemporâneas de autodeterminação e defesa territorial. Ao destacar as ameaças ambientais - como a extração ilegal de madeira, a construção de estradas e a perda de biodiversidade -, ele fortalece a capacidade da comunidade de defesa e autoproteção. Nesse sentido, o Atlas funciona como uma iniciativa de monitoramento de base, semelhante aos projetos dos Guardiões da Floresta em outras regiões da Amazônia. Os membros da comunidade identificam e relatam as mudanças na paisagem, ajudando a evitar mais danos ecológicos.
Pode-se traçar um paralelo com o trabalho do cacique Dadá Borari no Território Maró, no estado do Pará. Lá, uma rede de vigilância liderada pela comunidade cresceu de sete para mais de sessenta guardiões indígenas da floresta. Com o uso de GPS, câmeras e uma abordagem especializada para coibir crimes florestais ilegais, Dadá e os Guardiões do Maró obtiveram uma série de grandes sucessos e garantiram que o território fosse um dos mais bem protegidos da Amazônia.
Apesar de enfrentar a violência e a perseguição, Dadá dedicou sua vida a trocar seu conhecimento e experiência com outras comunidades indígenas, demonstrando como a liderança indígena, a sabedoria ancestral e as ferramentas modernas podem defender com eficácia territórios sob crescente pressão.
Em novembro de 2025, a Treesistance foi convidada a visitar o território sagrado de Noke Koî para oferecer acesso à justiça e treinamento em defesa territorial. Liderados pelo chefe Dadá Borari, juntamente com o chefe Rosi, o chefe de tecnologia Wellington e o chefe de prevenção de crimes florestais Tim Boekhout van Solinge.
Ao longo de cinco dias, as comunidades se reuniram para discutir estratégias, técnicas de confronto seguro, redução da escalada e uso de tecnologia. O recém-formado grupo de guardiões também recebeu câmeras GPS, equipamentos e uniformes para formalizar suas atividades. O evento foi um grande sucesso, com um grande comparecimento, e cada uma das nove comunidades assumiu o compromisso de trabalhar em conjunto e defender suas terras. A Treesistance continua empenhada em apoiá-los nesse importante trabalho.
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