2024: Um ano de impacto e crescimento

À medida que o ano se aproxima do fim, temos o orgulho de compartilhar o progresso e o impacto dos esforços da Treesistance em 2024. Desde a expansão dos programas Guardiões da Floresta até o lançamento de novas iniciativas, nosso trabalho promoveu a proteção de territórios indígenas e ecossistemas vitais na Amazônia e no Cerrado.

Destaques principais de 2024

  • Guardiões da Floresta: Nossa programa Guardião da floresta agora opera em 11 territórios indígenas em três estados brasileiros, protegendo 500 mil hectares de floresta tropical e cerrado.
  • Guardiões da Água: Em parceria com líderes indígenas, cocriamos e garantimos financiamento para o Programa Guardiões da Águacom lançamento em janeiro de 2025. Essa iniciativa protegerá o 160 km de litoral da Floresta Nacional do Tapajós.
  • Energia Renovável: Em colaboração com a Greenchoice, lançamos um Fundo de energia verde de 500.000 euros para atender às necessidades energéticas das comunidades indígenas, incluindo a alimentação de equipamentos de monitoramento, sistemas de água e espaços comunitários.
  • Avanços Tecnológicos: Parcerias introduzidas sistemas de monitoramento por satélite e ferramentas de baixa tecnologia, permitindo a detecção e a resposta em tempo real a atividades ilegais em territórios indígenas.

Defendendo a Justiça e a Sustentabilidade

Nosso compromisso com a justiça foi bem-sucedido este ano, com ações legais contra fazendeiros de soja no Baixo Tapajós, responsabilizando-os por invasões. Enquanto isso, a Rede de Comunicações Indígenas que desenvolvemos conectará nove territórios em 2025, simplificando a comunicação e a colaboração entre os Guardiões da Floresta.

Criando novos Programas de Guardiões da Floresta

Em 2024, orgulhosamente lançamos cinco novos grupos de Guardiões da Floresta no Baixo Tapajós, com o apoio de patrocinadores como Koffels Solicitors & Barristers e outros parceiros internacionais. Essa expansão trouxe novos treinamentos, recursos e capacitação para as comunidades que defendem suas terras de atividades ilegais.

Perspectivas para 2025

Ao entrarmos no novo ano, estamos otimistas com o lançamento do Programa Guardiões da Água, maior expansão das Guardiões da Floresta e colaboração mais profunda com as comunidades indígenas. Juntos, podemos continuar a proteger a biodiversidade da Amazônia e apoiar a resiliência de seu povo.

Nossa mais profunda gratidão às comunidades, parceiros e patrocinadores que tornam esse trabalho possível. Para ler o Relatório de Impacto 2024 na íntegra, clique aqui.

Fortalecimento da defesa territorial em Pajurá

Em julho de 2024, o chefe Dadá Borari, líder do programa Guardiões da Floresta da Treesistance, conduziu uma sessão de treinamento vital com a comunidade Pajurá do povo Tupinambá. Localizada ao longo do rio Tapajós, no município de Santarém. Os Tupinambá são conhecidos por sua forte resistência e liderança na proteção de suas terras e cultura.

O treinamento reuniu mais de 20 participantes, incluindo homens e mulheres de todas as idades. Eles aprenderam habilidades essenciais em defesa territorial, criação de mapas e trabalho de campo usando telefones celulares e câmeras GPS. Essa iniciativa, apoiada por membros da Terra Indígena Maró, foi projetada para equipar a comunidade com ferramentas para proteger seu território das crescentes ameaças.

Uma história de luta e resiliência

O povo Tupinambá do Baixo Tapajós habita a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Resex), criada em 1998 para combater as ameaças das madeireiras. Aproximadamente 20 das 70 aldeias indígenas da área pertencem aos Tupinambá. Apesar de sua resiliência, eles enfrentaram desafios históricos para afirmar sua identidade e seus direitos à terra. As atividades missionárias e o devastador conflito da Cabanagem, que dizimou até 40% da população do Grão Pará, quase apagaram sua presença. Isso levou muitos a acreditar que os grupos indígenas da região haviam desaparecido.

A criação da Resex permitiu que os Tupinambá recuperassem sua identidade e exigissem a demarcação de suas terras ancestrais como território indígena. Esse reconhecimento transformaria a classificação atual da área e lhes concederia maior controle sobre suas terras.

Ameaças contínuas e a luta pelo reconhecimento

Entretanto, o progresso no reconhecimento oficial dos territórios indígenas dentro da Resex tem sido lento. Frustrados com os atrasos, os Tupinambá começaram a autodemarcar suas terras em 2017. Sua meta é proteger 350.000 hectares de território tradicional. Eles enfrentam inúmeros desafios, incluindo grandes projetos de infraestrutura, como a pavimentação da rodovia BR-163, a hidrovia Teles Pires-Tapajós e a ferrovia Ferrogrão. Esses projetos, concebidos para o transporte de commodities, ameaçam destruir suas terras e seu modo de vida.

A mineração ilegal representa outro sério risco. Em 2019, o desmatamento ilegal na região do Tapajós atingiu níveis recordes, com 10.500 hectares de floresta destruídos. A pandemia de Covid-19 piorou a situação, deixando as comunidades indígenas mais vulneráveis e reduzindo a supervisão do Estado.

Construindo um futuro mais forte

Esse treinamento marca um avanço significativo no fortalecimento da capacidade dos Tupinambá de defender suas terras. Com o apoio da Treesistance e com um agradecimento especial à Nordeq Management, uma empresa de consultoria dinamarquesa (que patrocinou a formação), a comunidade está criando uma rede de guardiões indígenas da floresta dedicados a proteger a floresta antiga da região.

A determinação e a coragem do povo Tupinambá são inspiradoras. Seus esforços para proteger sua cultura e seu território contra todas as adversidades servem como um poderoso lembrete da importância da união e da autodeterminação. Juntos, eles estão construindo um futuro mais brilhante para sua comunidade e para as gerações vindouras.

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