Intercâmbio de liderança com os Xavante

No final de maio de 2024, o chefe do programa de guardiões florestais da Treesistance, o cacique Dadá, da TI Maró, foi convidado pela liderança Xavante para discutir a proteção da floresta e realizar um intercâmbio sobre liderança, tutela e educação.

Dadá foi convidado pela liderança Xavante para discutir a proteção da floresta e fazer um intercâmbio sobre liderança, tutela e educação. A visita foi facilitada por Marco van der Ree, Conselheiro Estratégico da Treesistence, e Frans Leeuwenberg, que é um parceiro de confiança dos Xavante e trabalha com eles há 35 anos no gerenciamento sustentável da vida selvagem, segurança alimentar, educação e cultura.  

O trio foi acompanhado por 20 líderes Xavante de 14 aldeias diferentes. Eles participaram de dois longos dias sob as mangueiras em conversas frutíferas e profundas, falando sobre a importância de integrar a cultura no sistema de educação formal e tradicional e como a cultura se relaciona com o território, a terra, os animais e a natureza como um todo. O terceiro dia foi dedicado à viagem pela TI para conhecer o terreno e a fronteira leste.

Os Xavante expressaram o quanto se sentiram inspirados com a visita de Dadá, pois nunca haviam recebido um líder de outro território indígena para compartilhar experiências no trato dessas questões importantíssimas de preservação cultural e territorial. Foi uma troca profundamente valiosa. 

Ficou evidente que a amizade construída nessa visita é o início de uma jornada muito mais longa em que esses dois grupos de povos indígenas continuarão seu intercâmbio e aprendizado mútuo. Estamos ansiosos para apoiar os Xavante na formação de seus próprios grupos de guardiões da floresta para proteger esse território incrivelmente importante e estrategicamente posicionado das indústrias extrativas.

Formação do Grupo de Guardiões de Kumaruara

Após um treinamento bem-sucedido, o povo Kumaruara agora tem seu próprio grupo de guardiões da floresta. Assim, garantem que suas terras situadas às margens do rio Tapajós sejam patrulhadas e protegidas de atividades ilegais. O chefe Dadá Borari (chefe do programa Treesistance Forest Guardians) liderou o treinamento e isso foi possível graças ao apoio financeiro da empresa de investigações Illume Investigations, sediada em Nova York.

Em colaboração com a comunidade Mapirizinho, chefe Dadá e membros selecionados da Terra Indígena Maro treinaram mais de 20 pessoas. O grupo de novos guardiões da floresta é composto por homens e mulheres de todas as idades. Durante as aulas, eles aprenderam os meandros da defesa territorial. Em segundo lugar, a criação de mapas e o trabalho de campo, usando telefones celulares e câmeras GPS. E, por fim, técnicas de confronto seguro são amplamente discutidas durante os dias de treinamento. Esse é um aspecto muito importante do trabalho dos guardiões da floresta.

Povo Kumaruara: atores-chave na resistência indígena regional

O povo Kumaruara vive às margens do rio Tapajós e é um dos protagonistas mais conhecidos da resistência indígena na região. Eles são engenhosos e apaixonados pela proteção dos territórios indígenas. Um de seus líderes chegou a ser notícia e se tornou viral nas mídias sociais ao protestar contra uma grande ferrovia. O líder Naldinho Kumaruara, da aldeia Solimões, pintou os rostos das pessoas presentes com tinta de urucum. Assista ao vídeo do líder indígena Naldinho Kumaruara. A ferrovia está planejada para atravessar vários territórios indígenas. Se esse plano for bem-sucedido, facilitará ainda mais a extração e o transporte ilegal de materiais para fora da área.

Proteção legal das terras indígenas

Além de protestar ativamente contra as ameaças à natureza preciosa da Amazônia. O povo Kumaruara também protege suas terras e cultura de diferentes maneiras. Por exemplo, eles lançaram seu protocolo de consulta de consentimento livre, prévio e informado (FPIC). Um direito legal muito importante conquistado pelos povos indígenas, que contribui para proteger sua cultura, seus costumes e sua autonomia. Com o FPIC, os governos não podem simplesmente implementar uma política ou um programa nas terras dos povos indígenas ou a respeito delas. Eles precisam primeiro ter o consentimento da comunidade indígena. Isso também inclui qualquer política ou programa estatal que busque conceder permissão a uma empresa para realizar qualquer atividade em tais terras. 

Evidentemente, o grupo de guardiões da floresta de Kumaruara é um acréscimo fantástico e essencial aos esforços multidisciplinares existentes. A fim de proteger a natureza inestimável em suas terras contra invasores ilegais e atividades prejudiciais.

Boas-vindas e agradecimentos especiais

Damos as boas-vindas e agradecemos ao novo grupo de guardiões da floresta. Desejamos a eles muita força e sabedoria nos desafios que enfrentam para proteger uma grande e vital área de floresta tropical primária em nome de todos nós. Também um agradecimento especial à empresa de investigações Illume Investigations, sediada em Nova York, por patrocinar essa formação.

0

Newsletter
Sign Up

Você não precisa estar na floresta para se juntar à luta.